Curiosidades

- Djalma de Lalú colocava apelidos em todos: filhos e irmãos de santo, familiares e amigos. Entretanto, ele mesmo tinha um apelido nos círculos do candomblé. Chamavam-no de "Gazeta do Nagô" pois ele sabia sempre de tudo o que ocorria em todos os terreiros.

- Em Nilópolis/RJ ocorria uma disputa entre Jorge Buda e Djalma de Lalú, porque da casa de um até a casa do outro se contavam 15 encruzilhadas. Os Exus Tiriri (de Jorge Buda) e Lalú (de Djalma) fizeram um acordo para cada um colocar seu ebó na sua encruzilhada. Desta forma foi dividido: sete encruzilhadas seriam de um, sete do outro e a 15º era neutra. Mas os dois teimavam em não reconhecer o acordo firmado, tudo como pretexto para uma boa demanda.

- Como todo filho de Exú, Djalma de Lalú tinha suas traquinagens. Certa vez, foi assistir a uma cerimônia de Babá Egun em uma tradicional casa de axé. Até que houve um alvoroço, com todos correndo e fugindo. Era pai Djalma debaixo de um lençol assustando o povo ali presente.  

- Certa vez, uma mulher desesperada procura Djalma para saber o que poderia fazer para engravidar. Foi quando Pinguilim (erê de Exu) responde que ele era o único que poderia lhe dar um filho. A mulher duvidando foi embora. Meses depois ela retorna procurando por Djalma aflitíssima, dizendo que o erê não a deixava em paz usando e abusando dela. Djalma foi ao jogo e com grande surpresa constatou que a mulher estava grávida e que indiretamente havia sido Pinguilim quem articulou a proeza.

- Conta-se que o resultado do Campeonato Carioca de 1977 teve influência de Djalma de Lalú, pois a diretoria e a presidência do Vasco eram seus clientes fiéis. Na época, o comentário no candomblé era que o pênalti perdido por Zico dando o título para o Vasco teve "a mão de Seu Djalma".

- Todo ano Djalma dava um boi para Lalú. Ninguém conseguia retirar o boi brabo de dentro da carreta. Djalma se aproximava, colocava a mão sobre a cabeça do boi e proferia algumas palavras em yorubá. O boi se acalmava e entrava no barracão seguindo Djalma.

- Portelense doente, Djalma de Lalú sempre desfilava nos carnavais e foi capa de um disco de vinil da Velha Guarda da Portela. Mas seu erê, Pinguilim, o fazia desfilar também na Estação Primeira de Mangueira.

- Djalma de Lalú tinha seu lado pitoresco. Quando era chamado para candomblés de zeladores por quem não tinha afinidade, ele se vestia de preto com seu tradicional gorro vermelho para provocar. Nessas investidas, Djalma ia acompanhado de Rui de Oxalá (filho de egbomi Natalina) que também se vestia com uma espécie de batina preta.

- Diariamente, Djalma fazia um sopão para os moradores do entorno. Eram 30 bengalas de pão e um panelão industrial de sopa "de entulho". Vários moradores iam até o barracão jantar, inclusive padres católicos e pastores evangélicos, mostrando respeito mútuo a todas as religiões.

- Por diversas vezes, quando Djalma de Lalú ia à feira livre, levava consigo uma sacola vazia. Quando se dava conta, estava com várias sacolas abarrotadas de frutas e legumes. É que Pinguilin, seu erê, lhe "pegava a cabeça" e falava com os feirantes.

Conteúdo liberado sobre a licença CC-BY-SA 3.0 - Texto: Sabrina Falcão, jornalista * Pesquisa: Nilo Almada - Kwe Ceji Lonã 
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